Nosferata

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Cap. 01 pt. III - Transformação. Nosferata Vol. I - Guerra de Sangue: Sociedades

NOSFERATA

VOLUME I – GUERRA DE SANGUE: SOCIEDADES

CAPÍTULO 01 – TRANSFORMAÇÃO pt. III


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            Andora voltava para a sala onde deixara Lucas. Ao abrir a porta, depara-se com a maca vazia. Antes que tivesse tempo de dizer palavra, Lucas surge de trás da porta segurando uma cadeira com a qual golpeia Andora no rosto, com toda a força possível. Ela cai e ele corre.
            O corredor por onde ele corria parecia interminável. Havia um acesso à direita e ele resolve ir por ali. Dá de cara com Jannid.
            - Me ajuda... – ele suplica.
            Jannid parece ter dúvidas, mas em instantes ela expõe suas presas e morde o próprio lábio, que começa a sangrar. Ele se assusta com aquilo, mas imediatamente ela o agarra e morde seu pescoço. Lucas grita. Andora chega e se depara com Lucas nos braços e dentes de Jannid.
            - Você mordeu minha prole!
            - Você o deixou escapar... Não era mais seu. – diz Jannid com o sangue de Lucas ainda escorrendo-lhe pela boca.
            Lucas parecia ter convulsões. Ele começa a debater-se.
            - O que está acontecendo? O que você fez? – pergunta Andora.
            - Nada! Nada além de mordê-lo. Você já o havia mordido?
            - Eu? Foi você quem o mordeu!
            - Isso não tem a ver com a mordida. Não diretamente. Você não...
            Ambas se lembram que Andora havia dado indelina para Lucas anteriormente, um veneno que age como paralisante.
- Eu usei só um pouco pra conseguir tirá-lo do bar com mais facilidade... – diz Andora defendendo-se.
            - Sua estúpida! A indelina é originada da nossa saliva, quando eu o mordi, ele com certeza absorveu mais e está tendo uma overdose.
            As convulsões de Lucas se tornam mais fortes. Jannid tenta controlá-lo.
            - Vá chamar alguém! Chame o Fuller!
            Fuller logo surge.
            - O que querem de mim? – ele vê Lucas – O que aconteceu?
            - Ele está tendo uma overdose de indelina. – diz Andora apressadamente – Essa idiota mordeu a minha prole.
            - E essa inconsequente aplicou indelina nele, senhor. Então com minha saliva...
            - Ele vai morrer se não fizermos algo! – diz Andora interrompendo as explicações de Jannid.
            - Suas irresponsáveis! – Fuller pensa em retalhá-las, mas percebe a urgência da situação e deixa isso pra depois – Vou ter que levá-lo à Casa Ergen imediatamente e vocês duas virão comigo para se explicarem. Vá se limpar, Jannid. E seja rápida!


*          *          *


            Mandor estava em uma sala com Trevor. O último estava amarrado, mas Mandor lhe tira a mordaça.
            - Já sabe: se gritar eu amordaço de novo. – diz Mandor.
            Breve silêncio.
            - Quem é você? Ou melhor o que é você, exatamente? – pergunta Trevor com uma tranqüilidade forçada.
            - Tente um palpite. E por favor, não diga alienígena ou experiência secreta do governo. Essas coisas não existem.
            - Você está vivo?
            - Teoricamente não.
            - Como eu vou saber então? – Trevor começa a se alterar – Fantasma, zumbi, sei lá! O que é você?
            - Calma... Você já viu um zumbi?
            - Você quer dizer, de verdade? – Tentando se acalmar, ou pelo menos parecer calmo.
            - Sim.
            - Não, nunca.
            - Então como pode achar que eu sou um se nunca viu?
            - Ah, sei lá! Nos filmes...
            - Esqueça os filmes, filho. – Mandor fica sério – Neles somos retratados como seres impulsivos e predatórios por natureza, absolutamente sem sentimentos ou consciência. Isso não é verdade. Não somos predadores sadistas como nos retratam. Podemos viver bem até três meses sem consumir sangue, mas para estar na plenitude de nossos poderes é necessária uma – Mandor faz uma pausa e tenta retomar seu ar sarcástico – refeição por semana...
            - Então você é um vampiro... – Trevor diz em tom de voz baixo, porém demonstrando medo.
            - Nosferatu é o nome correto.
            - Eu nunca acreditei que vocês realmente existissem. Embora não sei porque, sempre sinto que muita coisa estranha existe.
            - Obrigado. Nos esforçamos muito para isso.
            Trevor para rapidamente.
            - Você costuma ser agradável assim com todas as suas refeições? – pergunta arrancando risos de Mandor.
            - Você não é uma refeição!
            - Não? – Trevor demonstra ter ficado feliz – O que quer de mim então?
            - É a refeição do meu pai!
            Trevor logo se desespera novamente, arrancando mais risos de Mandor.
            - Mentira, Trevor. – diz Mandor – Ninguém vai te transformar em jantar aqui não. Aliás, beber o sangue de uma pessoa para nos alimentarmos e matá-la são duas coisas que não têm nada a ver uma com a outra.
            - Sério?
            - Sim. Existem outras consequências, mas a morte pode muito bem ser evitada.
            - Reconfortante saber que alguns então matam por puro esporte. – Trevor responde com ironia.
            - Esporte ou inexperiência. Acontece com todos nós quando somos transformados. É preciso ter bastante controle para não drenar todo o sangue da pessoa. Enfim, não é um passado do qual nos orgulhamos, mas foi necessário para nossa formação até aqui. Como aquelas experiências idiotas da adolescência...
            - Mas um adolescente fumando um baseado é bem diferente, não drena o sangue de uma pessoa levando à morte!
            - Trevor, as coisas são assim, funcionam assim, quer você concorde, quer não. – Mandor corta o assunto.
            - Tá certo. Agora que tal cortar o papo furado e me dizer o que eu estou fazendo aqui? – Trevor diz enfurecido tentando se soltar.
            - Isso não vai adiantar de nada, fique calmo. Você saberá na hora certa.
            Breve silêncio.
            - Uma dúvida. – diz Trevor cortando o silêncio.
            - Qual?
            - Aquela história de só entrar se for convidado também é historinha de filme?
            - Não, é verdade.
            - Então você se contradiz.
            - Por quê?
            - Eu nunca te convidei a entrar no meu prédio, contudo, eu já estava lá dentro quando você entrou e me pegou.
            - Na verdade eu entrei antes de você, você que não viu.
            - E entrou sem convite?
            - Como pode ter tanta certeza? – Mandor mostra-se enigmático – Você não é o único morador daquele prédio. Aliás, a Sra. Bailey é uma velhinha muito simpática.
            - Você foi convidado...
            - Escuta, Trevor. É bom que você já comece a aprender. Existe uma lei chamada Lei Párea que rege os Nosferatus. É ela que nos impede de entrar na casa de alguém sem convite e é graças a ela que os Homens têm um único lugar totalmente seguro de nós: as igrejas.
            - O que é a Lei Párea? E que historia é essa de que eu tenho que aprender?
            - Párea significa sem pátria. Quando se deu a criação dos Nosferatus, nós recebemos a maldição de vagar eternamente pela Terra sem direito a um lar, uma morada. Logo, isso nos impede de adentrar qualquer lugar que seja a morada de alguém. Podemos entrar livremente em qualquer lugar desde que ninguém more nele. Aqui onde estamos não passa de um ninho, um teto para nos proteger principalmente do dia. Podemos até chamá-la de casa, mas um lar de verdade nunca poderemos ter. Porém, é muito fácil para um Nosferatu induzir um mortal a nos convidar a entrar, qualquer sinal pode ser interpretado como convite. Por isso costumamos dizer que quando um mortal adentra sua casa, ele não fugiu de nós, apenas ganhou algum tempo. O único lugar em que vocês realmente estão seguros é numa igreja.
            Mandor responde ignorando a segunda pergunta. E Trevor fica tão curioso com a resposta que simplesmente cai no jogo de Mandor:
            - Por que as igrejas?
            - Porque elas são a morada de Deus. Sendo assim, não conseguimos entrar e para fazê-lo precisaríamos de um convite Dele pessoalmente, o que eu acho um pouco difícil. – diz mostrando no rosto seu inseparável sorriso sarcástico – Agora descanse. A noite será cheia de novidades.


*          *          *


            - Me solta! Eu quero sair daqui!
            Amarrada a uma cadeira, Kayla gritava e se debatia, tentando soltar-se. Ron a olhava como quem se divertia com aquilo.
            - Quem é você, seu cretino? – Kayla cuspia marimbondos.
            - Meu nome é Ronald Campbell, mas todos aqui me chamam de Ron. Mas pra você pode ser xuxuzinho...
            - Vai se fuder!
            - Olha que boca suja... – Ron não mudava o semblante debochado – Aqui nesta casa nós não aceitamos esse tipo de comportamento de baixo nível. Nós fazemos parte de uma elite e temos uma reputação a zelar.
            - Quem são vocês? E onde eu estou?
            - Bem-vinda à Kalmasia, Kayla. – Ron se levanta – Um dos mais importantes clãs Nosferatu do mundo. Esta é a matriz de nossas moradas, que chamamos de Safira.
            - O que vocês querem de mim?
            Mandor adentra o quarto.
            - Pediu para me chamarem? – pergunta Mandor, que em seguida olha para Kayla – Ela é realmente linda...
            - Verdade, não é? – Ron sorri para Kayla – Bom, pedi para avisarem ao Fuller, na verdade. Agora que Kayla já está aqui podemos começar...
            - Ele saiu – Mandor responde brevemente.
            - O que aconteceu?
            Mandor chama Ron em um canto e começa a cochichar. Enquanto eles conversavam, Kayla consegue ir afrouxando as cordas que a amarravam.
            - Então ele teve que ir com os três até a Casa Ergen. – Mandor conclui.
            Um leve ruído.
            - Espera, você ouviu isso? – pergunta Ron.
            Ambos se viram para Kayla e encontram apenas a cadeira vazia.
            - Merda! Ela é silenciosa! – diz Ron correndo para fora da sala.
            - Vocês e essa mania de achar que eles são tão frágeis que mal devem ser amarrados! – Mandor pega as cordas e as cheira. Fecha os olhos e começa a farejar.

            Kayla adentra um quarto que estava a meia-luz. Fecha a porta, mas demora a virar-se para o interior da sala. Haviam dois homens e uma mulher. Os três extremamente belos e bem vestidos. Bonitos e elegantes, aquela visão parecia enfeitiçar Kayla. Os olhos muito claros, os lábios sem cor e a pele alva como neve. Os três lentamente caminhavam em direção a Kayla.
            - Que cheiro delicioso... – um dos homens até revira os olhos ao respirar fundo.
            - E vejam essa pele. Como deve ser macia... – comenta a mulher...
            - Seu coração disparou, criança... – diz o segundo homem – Não precisa ter medo...
            Kayla não raciocinava. Ela apenas olhava-os nos olhos e sentia uma sensação estranha. Sentia-se flutuar, mas ao mesmo tempo sentia-se pesada. Era uma sensação que se assemelhava a uma anestesia. Ela se entrega àquilo e a mulher lhe pega as mãos. Que mãos geladas ela tem! Enquanto a mulher lhe segurava as mãos, por trás, os homens vinham um de cada lado. Quando Kayla está a ponto de se entregar àquele desejo, Mandor e Ron invadem o quarto exibindo suas presas e garras afugentando os três, que, também exibindo suas presas e garras, se agarram nas paredes, escalando-as como répteis. O pé-direito era bem alto, tendo o teto escondido na penumbra. A certo ponto em que os três subiam, se escondem na escuridão, sendo seus brilhantes olhos brancos as últimas coisas a desaparecerem. Kayla volta a si. Mandor e Ron estavam novamente com aparência normal.
            - O que aconteceu aqui? – ela pergunta, ainda desnorteada.
            - Você não deveria ter fugido. – diz Ron – A mansão ainda não é segura para você...
            - O que vocês são?
            - Seu irmão sempre esteve certo, Kayla. – diz Mandor – Nós realmente existimos.


*          *          *


            O interfone toca no apartamento de Jared. Ele atende.
            - Jared, é o Dylan.
            Jared ia abrindo, mas hesita:
            - Da última vez minha irmã foi encontrar com você e foi levada por outra pessoa. Como eu posso confiar que é você mesmo?
            - Como assim?
            - É, isso mesmo! – Jared não sabia exatamente o que pensar – Como eu vou saber que é você mesmo?
            - Sei lá! – Dylan não sabia como convencê-lo – Olhe pela janela, verá que sou eu...
            - Tá... – Jared larga o interfone e corre para a janela.
            Da janela, Jared vê Dylan no meio da rua, acenando os braços.

            Ambos estavam sentados à mesa, sem dizer palavra. O primeiro a cortar o silêncio é Jared:
            - Ela achou que era você...
            - Hã?
            - Ela achou que era você... No telefone.
            - Mas não fui eu... Olha, eu juro, minha família toda é testemunha que eu estive em casa desde a hora que me despedi dela até o momento em que você ligou. Eu nunca seria capaz...
            - Dylan, eu realmente não acredito que você tenha algo a ver com isso. O que me chama a atenção é o fato da Kayla ter realmente acreditado que era você no telefone. Eu digo, ela reconheceria sua voz e não achou sequer que estava estranha. Ela atendeu o telefone na minha frente. Ela não achou nada estranho. Apenas o fato de você querer encontrá-la lá embaixo às duas e meia da manhã.
            - Você quer dizer o quê? Que quem quer que tenha ligado para ela...
            - Quem quer que seja, soube imitar sua voz de maneira idêntica.
            - E de acordo com o que você viu, imitar vozes não seria o único talento dessa pessoa.
            - Não. Esse cara, seja lá quem for, também sabe desaparecer...
            - Tá, sabe o que eu acho, Jared? Você vê filmes demais...
            - Se você não acredita em mim tá fazendo o quê aqui?
            - Vim te pegar pra você prestar depoimento à polícia.
            - A polícia só vai considerar o desaparecimento dela depois de um dia ou dois, não sei exatamente. E com certeza eles serão muito mais descrentes do que você.
            - Sabe o que acontece? Sua irmã foi sequestrada e você insiste em associar isso a essas malditas histórias de vampiro nas quais você é viciado!
            - Você nem me conhece! Como fala assim?
            - Sei muito mais sobre você do que você mesmo imagina. Eu namoro a sua irmã, esqueceu?
            - Ela te disse isso?
            - Disse. Ela vive muito preocupada com você por isso. Tem medo de que acabe louco por causa dessas besteiras.
            Jared ri com deboche:
            - Eu alertei ela hoje mesmo e olha só o que aconteceu... Espero que não tenha que acontecer o mesmo com você para que você passe a acreditar.
            - Olha, Jared, eu não duvido da existência de nada sobrenatural. – Dylan fala em tom suave, mas firme – Acredito sim que possam existir fantasmas, extraterrestres, vampiros, bruxas, lobisomens... Até mesmo duendes! Eu só nunca pude ver uma prova concreta de que eles realmente existem. E enquanto eu não tiver essa prova, eu simplesmente considero que, em primeiro lugar, qualquer coisa que acontecer é resultado da ação humana e não sobrenatural.
            Jared chama Dylan em seu quarto. Liga o computador e começa a mostrar várias reportagens que tem salvas. Cada qual datava de uma época diferente, desde o século XIX até os dias atuais. De várias partes do mundo, absolutamente todas falavam de corpos encontrados completamente secos, com o sangue todo drenado. No pescoço sempre eram observados dois pequenos orifícios. Unanimemente nas reportagens, tais crimes não tinham solução.
            Ao lado do computador, haviam livros e revistas. Jared pega um grosso livro intitulado “Guia das Trevas”. Era um daqueles supostos livros clichês, escritos por charlatões que se intitulavam magos ou estudiosos do ocultismo e tinham vários símbolos místicos desenhados na capa. Jared folheia até encontrar o que queria: páginas e páginas sobre o mesmo tipo de crime das reportagens.
            - Não acredito que esse tipo de coisa seja coincidência, Dylan... Eu acredito que esses crimes sejam originários de um ataque vampírico.
            - Tá, mas não quer dizer necessariamente que o cara que levou a sua irmã seja um deles.
            - Mas definitivamente, sendo o que for, é com isso aqui que o encontraremos!
            Jared ergue o livro, mostrando novamente a capa para Dylan.
            - Nada de polícia, Dylan. Para conseguir salvar minha irmã, temos que ser você e eu.


*          *          *


            Fuller, juntamente com Andora e Jannid, haviam levado Lucas à Casa Ergen. Essa casa se trata de uma sociedade na qual alguns clãs nosferatus se reúnem, uma espécie de governo central. Em casos de overdose de indelina, apenas a Casa Ergen tinha os recursos necessários para o tratamento.
            Lucas estava deitado sobre uma maca em uma sala que se confundia com hospital e necrotério. Um médico, nitidamente vampiro, tira as luvas e vai até a porta, onde Fuller aguardava.
            - Vai ficar tudo bem. – diz o médico – A super dosagem foi em níveis tratáveis. Quando acordar ele estará em estado bastante confuso, pois a mordida parece ter sido interrompida antes da cicatrização.
            - O senhor acha que isso pode influenciar um elo mental entre os dois?
            - Gal. Fuller, durante uma mordida a um mortal que será transformado, nós temos que incumbir esse elo mental, certo?
            - Correto.
            - No momento em que mordemos, criamos esse elo. Após sua conclusão, o próprio ato de retirada das presas inicia um processo de rápida cicatrização das feridas da mordida, para evitar o sangramento. O momento dessa cicatrização sela, conclui esse elo mental, fazendo-o existir plenamente à partir de então. Como eu pude observar, a mordida não estava cicatrizada, ou seja, ela não foi feita da maneira adequada e ainda, foi interrompida antes de seu fim. Porém, não tenho como medir, só Jannid é capaz de responder por quanto tempo ela o mordeu antes de ser interrompida e se teve tempo para iniciar o elo mental.
            - Caso ela tenha iniciado...
            - Asseguro que noventa por cento das chances é de se ter criado um elo problemático.
            Dito isso o médico se retira. Antes que Fuller tivesse a oportunidade de falar com Jannid, uma mulher se aproxima.
            - Gal. Fuller, os juízes já os aguardam. – diz ela – Por favor, me acompanhem.
            Ela encaminha Fuller, Jannid e Andora até uma sala onde, numa enorme mesa oval, em uma ponta se sentavam dois senhores de idade, trajando mantas negras e, na outra, três cadeiras os aguardavam.
            - General Gerald Fuller. – inicia um dos juízes – Membro da Casa Ergen, pertencente ao clã Kalmasia, morador do ninho Safira.
            - O que temos aqui é um caso bastante complicado. – continua o outro – Várias violações em série: levar um mortal para o ninho e ainda permitir sua fuga, uso abusivo de indelina em um mortal, transformação não autorizada, apropriação de prole alheia, mordida infligida de maneira errônea... E para encerrar, traz o mortal para a Casa Ergen, a sociedade de nosferatus mais bem organizada existente e a que mais se preocupa com o sigilo e anonimato de nossa espécie!
            Os dois juízes se mostravam extremamente nervosos.
            - Essa era para ser apenas uma audição em termos justificativos para uma intervenção em caso de overdose de indelina, Gal. Fuller. Mas devido à complexidade de todo o contexto, teremos que aplicar seu depoimento a uma promotoria...
            Fuller fica tenso. Jannid e Andora sentem a gravidade do que fizeram.
            - Convido para compor a promotoria o General Vaughn Krieg. – anuncia um dos juízes.
            Krieg, o General do clã Romerna com quem Fuller tem uma épica inimizade, entra sob os olhares assustados do réu e Jannid. Ele carrega um leve sorriso maldoso no rosto ao olhar para Fuller.


*          *          *


Próximo post: 0h do dia 22/02 (terça) p/ o dia 23/02 (quarta)

História original: Mário de Abreu
Escrito por: Mário de Abreu e Junim Ribeiro
Colaboração: Léo Borlido

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